quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Amor Maduro (Autor Desconhecido)


Amor Maduro 

"Meu amor, meu amor como esquecer
Aqueles nossos dias cinzentos
Se foram eles que nos fizeram merecer
O sol de felizes e ternos momentos

Como esquecer algumas derrotas
Que a vida também nos presenteou
Hoje são vitórias que nos dão risotas
Porque no amor a gente sempre acreditou

Como esquecer tantos, e tantos erros
Comentados entre lágrimas e abraços
Deram-nos lições e alguns segredos
Aproveitados em íntimos pedaços

Como esquecer a triste solidão
Que por ocasiões a vida nos brindou
Percebemos aí a mensagem do coração
Que nos palpitava a bela união que criou

Como esquecer fugazes chamas de tristeza
Que estiveram presentes no dia, a dia
Tudo isso guardamos num baú como riqueza
E não fracassos de música de má melodia

Como esquecer meu amor, meu amor
Tais momentos grandes e pequenos
São as histórias vividas no ardor
Dos tempos rebeldes e serenos"




"O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso.

Não é menor em extensão.
É mais definido, colorido e poetizado.

Não carece de demonstrações:
presenteia com a verdade do sentimento.

Não precisa de presenças exigidas:
amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade
são formas trabalhosas
de construir o bem e o prazer.

Problemas da infelicidade
não interessam ao amor maduro.

Na felicidade está o encontro de peles,
o ficar com o gosto da boca e do cheiro,
está a compreensão antecipada,
a adivinhação,
o presente de valor interior,
a emoção vivida em conjunto,
os discursos silenciosos da percepção,
o prazer de conviver, o equilíbrio de carne e de espírito.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro
e a relação com a parte salva de cada pessoa.

Ele vive do que não morreu
mesmo tendo ficado para depois.

Vive do que fermentou criando dimensões novas
para sentimentos antigos,

Jardins abandonados,
cheios de sementes.

Ele não pede... tem.
Não reivindica... consegue.
Não percebe... recebe.
Não exige... dá.
Não pergunta... adivinha.

Existe para fazer feliz.

O amor maduro cresce na verdade
e se esconde a cada auto-ilusão.

Basta-se com o todo do pouco.
Não precisa e nem quer nada do muito.
Está relacionado com a vida
e sua incompletude,
por isso é pleno em cada ninharia
por ele transformada em paraíso.

É feito de compreensão, música e mistério.
É a forma sublime de ser adulto
e a forma adulta de ser sublime e criança.

É o sol de Outono: nítido mas doce...,
luminoso, sem ofuscar...,
suave mas definido...,
discreto mas certo.

Um Sol que aquece até queimar."
(Autor desconhecido)